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foto tirada da net
***
em volta de si próprio
o poeta e a flor
perfume vermelho de rosa
dentro do olhar sóbrio
que lança fogos de amor
sobre a ninfa amorosa
desce a noite que tarda
em si mesma amanhecer
no coração ansioso
o poeta veste a farda
esgrime a pena o saber
em busca de si zeloso
então grita e desperta
de dentro da alma o sentido
de ser angústia conflito
ao manter janela aberta
de preconceitos despido
sem ver na pena o delito
à mesa serve o repasto
convoca deuses e sábios
talvez lauta a refeição
afaste o mal tão nefasto
e um sorriso nos lábios
lhe inocente a razão
porquê eu poesia?
leio em teus versos o pasmo
se em toda a vida a lisura
condenei a hipocrisia
espicacei o marasmo
não saio da morte sem cura
jrg
foto tirada da net
o que tem de poesia
um corte um apagão eléctrico
o acender das velas a magia
das sombras no silêncio quase patético
a troca dos sorrisos esquecidos
na azáfama da luz que ofusca o pensamento
o romantismo dos abraços inibidos
na melodia dos sons em movimento
o que tem de poesia
a luz da lua e das estrelas
a luz bruxuleante da lamparina
que açula nos amantes a fantasia
quebra o gelo entre querelas
permite ouvir um riso de menino de menina
abre o coração à fugaz simplicidade
que o alarido de viver ofusca
reforça com amor a amizade
que a paixão extinta solta brusca
o que tem de poesia
olhar os corpos de novo na penumbra
e neles remar como se rema na maresia
a alma calejada a pele rubra
a regredir de uma outra memória
os corpos nus ao fogo da fogueira
acalentados de não ter o que fazer
a cada olhar um conto ou uma história
a alertar a alma contra a cegueira
da vida verdadeira por viver
o que tem de poesia
esta emoção de nos acontecermos
a romper da negra noite a luz do dia
antes que seja a hora de adormecermos...
autor . jrg
rogério martins simões
olho no teu rosto a esperança
segredo dum homem que se deu conta
toda tempestade traz bonança
ainda que instante breve tanto monta
*
olho no teu rosto a firmeza
olhos leais lábios expressivos da vontade
que por mais afoita seja a tristeza
na tua alma regurgita eterna a liberdade
*
olho palavras transpiram poesia
tão de tanto amor serenas nas memórias
por mais que o temporal seja de maresia
ergues na alma a força das vitórias
*
olho amor sem espera duma mulher
aroma que ameniza dor num homem irreverente
nem a Parkinson vence quando quer
nem a epilepsia anula a coragem que a alma sente
*
olho o encanto de versos que seduzem
o incitamento à coragem humana de tudo vencer
vida possuída de estrelas que reluzem
e que atraem mundos ansiosos por te conhecer
*
olho o homem de memória inteira
o poeta que encanta e maravilha a fantasia
de forma brilhante à doença toma dianteira
que viva nele eterna tão doce poesia
autor:jr
poetas são loucos finos
inventam a fantasia
guerreiros inda meninos
abismos da poesia
poetisa de alma sensível
em verso cheio de luz
qual militar sendo cível
lança poemas seduz
cantam de musas amores
sonham imortalidade
poetisas sábios rumores
no ventre da verdade
trago um cálice de vinho
para a orgia da ceia
não quero rimar sozinho
antes preso a tua teia
poetas são anjos desgraça
travam rixas graciosas
não escolhem arma ou praça
calam musas preciosas
que fazer perante a poesia
se a alma sente e gera
palavras agri-doce maresia
amores do corpo à espera
quem na humildade se esmera
e na poetisa se arrima
tem alma poética e pondera
sublima-la em obra prima
Autor: J.R.G.
O noivo figura típica de Lisboa
O Alba imagem erradia de Braga
Subindo a calçada do Carmo
O pintor
Calcorreando ruas e tabernas
Filósofo da poesia que encontra nas pessoas
A barba hirsuta sorriso afável
O poeta
Os basbaques no chiado gritavam
Lá vai o maluco de fraque
E rosa vermelha fresca na lapela
É pintor
Houve até uma mulher
Jovem ainda que se apaixonou pelo vagabundo
E quis recuperar a poesia
É o poeta
Blasfemava obscenidades
Os olhos chispavam de ira ante a risota
Passada firme subia o chiado
Louco pintor
Fazia versos doces piropos
E um sorriso por entre os pelos queimados
Morreu atropelado sem apelo
Era poeta
Deixou de aparecer de repente
Também as vendedeiras de violetas
O chiado ensandeceu sem cor
Era pintor
Autor: JRG
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