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EIXO MALDITO
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quero ser
eixo do mal
em contraciclo
com o bem
em movimento
brincar
com as palavras
e rir gosar
com os tiranos
a tirania
e os incrédulos
*
quero estar
ao palato colado
sentir o bafo
das palavras malditas
eixo maligno
atiradas ao pantano
onde os bandidos
a soldo de todos os soldos
são lidos
postos a nu descartados
mas resistem
*
quero jogar
ao eixo rebaldeixo
a chiar
com o dedo apontado
à ladroagem
entre flores a roubar
impunes
às regras da sorte
que anulam
com o devido silêncio
a rondar
*
quero sonhar
com Primaveras
sorrir
da história triste
dos putos
à volta das reformas
miudezas de velhos
escabroso confisco
que envergonha
o sol espantado
de tamanha rasia
*
quero parecer
que sou o meu medo
impotente
pegado na baba
cobiçosa
dos criminosos
dum tal poder
que me matam de fome
me torturam
a alma com sede
de viver
jrg
*
"ACORDAI" POVO DA LUSITÂNIA
*
ouço os apitos lancinantes
das ambulâncias
vejo as chamas de meu país a arder
enquanto as feras rapinantes
se escondem nos buracos das instâncias
de onde saem ordens para morrer
*
não adianta senhor ministro
dizer que são arrivistas
meia dúzia contra um batalhão
tão criminoso é quem condena o cristo
como o carrasco que encurta as vistas
o mais é só cavar a divisão
*
ouço as ambulâncias a apitar
a violência é do governo de ladrões
a mando da alta finança
recebem ordens para atirar a matar
sobre a revolta dos escravos das nações
não podemos permitir esta matança
*
aumentam produtos e serviços
cortam salários rasgam reformas e pensões
são assassinos marginais
arrasaram a economia mantém vícios
enchem os bolsos dos ladrões
ó povo da Lusitânia quando acordais?
*
ouço as ambulâncias na agonia
velhos crianças enfermos
mulheres libertas das milenares grilhetas
não sou poeta mas convoco a poesia
a haver paz tem que ser com os nossos termos
o tempo escoa nas ampulhetas
*
já não saem à rua senão bem guardados
são a maior vergonha dum povo
impostores infames borrados de medo
atiçam as feras seus paus mandados
querem ganhar custe o que custar o viciado jogo
mas o tempo mudou já não é segredo
*
ouço ambulâncias trinonis pungentes
levam o desespero da nação
os povos têm o direito à resistência
nesta chacina somos inocentes
unidos contra corruptos somos a revolução
que começa na nossa consciência...
autor: jrg
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