24
Ago13
A ARTE DA LINGUAGEM POÉTICA E O CAOS!
romanesco
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A ARTE DA LINGUAGEM POÉTICA E O CAOS!
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o poema é
uma partícula de poesia
em construção
se tiver rima que sustente a fé
ergue-se na fantasia
de ser um monumento à abstracção
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o verso é
o arcaboiço in do poema
na sua evolução
que marca o ritmo à melodia em rodapé
na sílaba sem algema
recheado pelo vigor da emoção
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a poesia é
a palavra emotiva em movimento
num toque cristalino
corrente de fonemas vindos do sopé
numa espiral de tempo
que se alimenta do belo e do feminino
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a lírica a tragédia
a farsa o drama a ode e o soneto
a sílaba tónica e a poética
a musa encanto do poeta à vezes arredia
a pena feita dum graveto
conjugando o verbo e o sujeito à ética
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a arte maior de dizer
marcando o som e o tom da circunstância
a expressão do corpo a sinalética
que há em cada verso inverso ao poder
que abomina a fragrância
exalada pela rima que foge à sua métrica
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eis o que sinto sendo
a expressão de comunicar tão sem segredo
o enigma da alma humana
racionalizando a emoção escrevo dizendo
que a poesia não tem medo
se fala com verdade à mente insana
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falar d'amor sensualidade
da insurreição da alma em pensamento
do belo que há na natureza
cantando o homem e a mulher sem idade
dentro dum meio em linchamento
cuidando de salvar o que exista de beleza
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que ninguém diga "não sabia"
da morte do amor às mãos tirânicas
sendo a morte irreversível
amar é tudo o que o poema diz à poesia
mesmo que sejam lunáticas
as rimas que amam até o impossível
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o que é ser poetisa
ou se quiserem no limite do tempo ser poeta
um superego ou fanatismo
cheirando a mar e vento ou simples brisa
que a palavra embala ou inquieta
se não for a força que nos tira do abismo
*
há forma mais bela de morrer
que embrulhado em pétalas de pura poesia
há! é honrar a arte de pensar
e estar na frente de combate que é dizer
pintando de verdade a fantasia
dos que não querem ver o mundo a definhar
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jrg