a primeira vez que vi esta mulher

era então ainda uma menina e eu também

não disse nada apenas senti estranho querer

que era na alma dela supremo bem

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que olhos tão doces sonhadores

os lábios ardentes de sensualidade

o rosto iluminado de seus odores

tão linda quanto bela de felicidade

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perdi-lhe o rasto na adolescência

ambos crescemos na alma em dimensão

um dia que nos cruzámos por coincidência

senti de novo o fogo ardendo no coração

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timidamente a descobrir de tanto amor

o toque leve o abraço o primeiro beijo

a intromissão da guerra intensa dor

até ao dia de sermos um no outro ensejo

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a voz suave doce quente tão amorosa

o riso que penetrava puro cristalino

a pele acetinada em fogo vaporosa

o corpo todo era na alma tão feminino

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os passos leves num andar encantador

os seios harmoniosos palpitantes

os beijos eram doces frutos mel sabor

a alma apaixonada tão de nós amantes

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o amor era um absoluto de infinitude

impossivel imaginar que se quebrasse

nos silêncios da nossa inquietude

vencemos tempestades tantas que bastasse

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lembro momentos exaltantes de loucura

amor total na nossa plenitude

de como me olhavas incandescente e pura

minha amante de eterna juventude

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ao olhar de novo no teu rosto a inocência

sentir como eu senti que me sentias

e como o teu sentir de mim era evidência

revejo a emoção de amar nas maresias

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"não há amor como o primeiro

ainda que seja o último"

só hoje entendi o pensamento inteiro

dum pensador que tanto estimo

jrg

ela