06
Set11
APRENDIZ DE VIVER !...
romanesco
APRENDIZ DE VIVER
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nada me dá mais gozo de viver
que o começar a coisa nova
a ser do aprender a vida inteira
correr a onda da ideia a crescer
sentir que algo me sorri e me aprova
quando a esperança ganha a dianteira
aprendiz de viver
sou do povo do meio
penso na vida a acontecer
sem da morte ter receio
as palavras são comuns à espécie humana
um sorriso é conversa Universal
a mímica das mãos do corpo dos olhares
são marcas indeléveis até em mente insana
que sulcam sentimentos da memória original
onde o homem se procura além dos mares
nem sou vagabundo
nem excêntrico
nem de sábio sou profundo
dá-me gozo ser autêntico
ser aprendiz convicto na humanidade
de não saber quando ocorre a mudança
nem porque gravita o planeta atracado à luz solar
ser aprendiz de menor ou de maior idade
entender de todo o outro a tempestade e a bonança
eis o homem que sou a madrugar
não sou nem mestre
nem nada que de perto se veja
mal apreendo que me entre
tantas vezes a parte de mim que me sobeja
fui à guerra aprendiz de ser soldado
numa bomba que explodiu
vi a fragilidade humana ante a morte
não matei nem fui matado
mas ganhei esta visão dum povo a quem se mentiu
tão longe à procura do seu norte
com medo de ser e me achar
descobridor do segredo
que me nos pôs neste lugar
masturbante masturbado tão cedo
dei por mim a ser da mulher o mais amante
pouco me importa que seja vento
tufão furacão tornado tempestade tropical
porquê colar a tragédia ao semblante
à alma feminina tão amena se tida em seu contento
Cátia Irene Katrina não é justo é imoral
o bastante e irresoluto
para não deixar morrer
o absurdo o absoluto
que me absorve sem eu saber
quanto de tudo o que vivi é incerteza
ainda é porque todo o passado se renova
os mesmos conceitos que me te nos projectam
na amplitude do sonho a leveza
com que sobrevoo a experiência posta à prova
e redundam em verdades que me rejeitam
ser ainda pensante
tanto de outros que sou
na procura de mim maré vazante
entre sol e lua quem me achou
e agora humanos inteligentes à deriva?
depois da droga da abastança sem medida
conquistadores sem terra ou gente conquistada
regredimos no tempo para acerto da passiva
a dar lugar aos emergentes nova esperança deprimida
que o tempo é de voltar à memória estagnada
partir de toda a memória
genuínos na onda altiva
a soletrar a nossa história
envolta na maré viva
autor: jrg