PAQUETÁ - A EPOPEIA...
A Ilha bela pura e mítica
Onde os poetas anseiam a musa sibilina
Lugar de culto da ideia idílica
Onde a poesia me chama eterna feminina
Em cada esquina há um poema que espreita
A brisa mansa que ondula a sombra
Reflexo deslumbrante de folhas de palmeira
Em cada rua seja larga ou estreita
Há um tapete de versos em estrofes na penumbra
Que o sol no ocaso projecta à nossa beira
A sensualidade do corpo estendido na rede que balança
A poetisa soletra sílabas para versos de soneto
A alma transparente como se fora uma criança
Os lábios em surdina sensuais na doçura do dueto
Tão perto que me cheira a poesia
O mar azul-marinho a água cristalina
Por entre o verde luxuriante do arvoredo
Ouvem-se sons de odes etérea sinfonia
O marulhar das ondas a vida submarina
A lírica que canta do amor o seu enredo
Longe de pensar tesouro tão evidente
Mantendo em seu reduto a alma num quebranto
Até que a poesia lhes abanou a mente
Na ilha da poesia a Paquetá
Há versos que se soltam do bico das aves
E rimas consonantes na harmonia
Poetas que suspiram livres de etiqueta
Cheiros da sudação da alma em euforia
Rimando na maresia sem entraves
Vista de longe o casario como eu a vejo
Paquetá pode até parecer uma utopia
Que renasce esplendorosa em cada beijo
Quando o poeta a abraça na alma e rodopia
No dégradè das cores encarniçadas
Que o sol projecta quando cai sobre o poente
Há um prenúncio de amor em primazia
E pode ler-se a epopeia das almas empenhadas
Que vão fazer de Paquetá a ilha de quem sente
A Paquetá lugar de culto à poesia
Autor: JRG